Por mais lúcida que eu esteja você domina minha consciência a ponto de me fazer esquecer. Estava comprando chocolate, na fileira ao lado senti um cheiro... Carregada, fui até lá. Era seu perfume em outro homem. Esqueci meu propósito. Hipnotizada, fui para as lembranças como que raptada. Senti saudades. Lembrei do nosso amor. Voltei sem chocolate.
Dessa vez você não vai mais para longe. Foi a última coisa que escutei dos seus lábios sussurrando no meu ouvido querendo que eu escutasse e não prestasse a atenção porque você se ocupava em me dar prazer em todas as partes do meu corpo. Beijando. Acariciando. Tocando... Não imaginei que aquele momento se tornaria nossa última lembrança nem pensei que pudesse se tornar triste ou eu me tornar triste ao lembrar de você me amando. Até hoje tomo café sentindo cheiro de quintas feiras possíveis de um encontro. Deito na minha cama com a janela aberta para o vento me resfriar para que então eu fique presa naquela cama... Imagino que um dia vou conseguir voltar no tempo. Tento ou esqueço que vivi aqueles dias doces de amor. Esse amor que machuca e não parece real. Morreu. E eu viúva de um amor semi vivido procuro cinzas, vestígios e pistas para ter certeza de que morreu. Ou aconteceu. Deixe nos ir.