quinta-feira, 11 de dezembro de 2008





Recolho meus escritos
e neles vejo sempre as mesmas perguntas
você me vê?
(com diferentes abordagens)

peço para se concentrar
que eu estou aqui
I
V




procuro uma síntese nas demoras
de moras
de m oras
de mo ra s
...

peço pra confiar
apesar de todas as dúvidas
porque existo
sim, existo.


e te dedico este poema que sinto:


Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.


Pablo Neruda

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